Como se faz literatura

No ensaio “Como se faz literatura”, publicado em 2016, pela Rocco, Affonso Romano de Sant’Anna trata de tópicos relacionados ao fazer literário.

Affonso Romano de Sant’Anna é mineiro, diplomado em Letras Neolatinas. Já promoveu cursos de escrita em vários países. Também foi presidente da Fundação Biblioteca Nacional e cronista no Jornal do Brasil e do jornal O Globo.

O ensaio inicia derrubando a visão que se tem de que pode-se tornar um autor da noite para o dia. Pelo contrário.

Para se transformar em autor é preciso ser referência em um assunto; se especializar em escrever, fazer carreira dentro da literatura.

Affonso Romano diferencia autor de escritor e aponta que para se fazer literatura é preciso dominar as técnicas literárias e entender que a literatura possui um sistema.

O autor lista os ritos de iniciação literária. São eles: aptidão para a escrita ainda na escola, participar de jornal escolar, participar de concurso literário, dar o texto para outra pessoa ler e a leitura de bons autores e de autores ruins para aprender o que não deve ser feito.

Para Romano, escrever é apreender a realidade, é um ato de criação, de epifania, mas há que respeitar o sistema literário, que tem suas leis e regras.

E ele indica para todo autor iniciante a leitura de “Cartas a um Jovem Poeta’, de Rainer Maria Rilke.

O autor levanta a questão do ato de escrever, a discussão da Disciplina X inspiração e ressalta que cada um tem o seu processo. Mas alerta para o folclore que há sobre o autor e sobre a escrita.

Deixa claro que enquanto a escrita só depende do escritor, a publicação depende de mais pessoas. (Hoje, não mais! )

Segundo ele, para que um autor seja publicado, deve estar envolvido com a operação mercadológica, deve usar o efeito de sua personalidade e se atentar a questão da linguagem.

O ensaio trata ainda do que é um autor inovador, do papel do crítico, da crítica literária, da parte financeira. Menciona os três tipos de analfabetismo que o Brasil enfrenta e enfatiza a necessidade de uma ou muitas políticas de leitura no Brasil.

Para fechar, recomenda ao leitor de seu ensaio uma lista de livros que novos autores precisam ler, em sua opinião. Porém, afirma que não basta apenas técnica para ser escritor e também que a

Literatura é um drama em três atos: o escrever, o publicar e o ser lido.

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Alessandra Costa