[…] os livros contém a possibilidade de nos guiar, graças à experiência e ao conhecimento de outras pessoas, oferecendo-nos a intuição de um futuro incerto e a lição de um passado mutável. (p. 160)
Em “Encaixontando a minha biblioteca”, Alberto Manguel apresenta textos que giram em torno do tema biblioteca.
Manguel inicia falando como foi criando sua biblioteca e as mudanças que ela sofreu ao longo das mudanças pelas quais ele também passava.
Para o autor, uma biblioteca é uma autobiografia de seu dono. Na verdade, Manguel teve várias bibliotecas, já que estava sempre se mudando por causa do trabalho do pai.

E então, ele começa a fazer várias digressões a partir do encaixotamento de sua biblioteca. Para ele, apesar de o ato de desencaixotar os livros ser um criativo, também é um exercício de esquecimento.
Ao longo das digressões que o livro traz, Manguel toca em pontos como:
- a criação literária;
- memória;
- a crença de que o autor o sofrimento é a raiz da criação literária e ele tenta identificar onde começou essa crença.
- perda de bibliotecas, como a de Alexandria;
- o poder da linguagem;
- a crença no poder da linguagem;
- tradutores;
- experiência de leitura;
- o valor do dicionário;
- a participação dos livros na fundação de nações;
- importância e papel de uma biblioteca Nacional;
- a literatura representa algo para a sociedade;
- como nasce um leitor.
Ficou interessado no livro? Clique no botão abaixo e compre o seu exemplar através do meu link de afiliada da Amazon.
O livro é repleto de referência a autores e livros, como a Bíblia, Dickens, Dante, entre vaŕios outros. Sem falar nos diversos trechos poéticos e naqueles que nos incitam a refletir.
[…] a literatura, melhor que a vida, proporciona uma educação no campo da ética e permite o crescimento da empatia, essencial para que a pessoa participe do contrato social. (p. 167)
Além de falar de sua relação com sua própria biblioteca, Manguel também fala da relação que tem com as bibliotecas públicas. Achei interessante e me identifiquei quando ele fala que é fascinado por elas, mas odeia o fato de que não pode riscar seus livros.
O consolo é fundamental. Os objetos consoladores em minha mesinha de cabeceira são (sempre foram) livros, e minha biblioteca era, ela própria, um local tranquilo de consolo e reconforto. (p. 66)
Sinto exatamente isso. Antes, quando a minha biblioteca tinha poucos livros, ela ficava em meu quarto, ao lado da minha cama.
Mas quando o espaço ficou pequeno, tive que criar um espaço para acomodá-la e, para mim, é o melhor lugar da casa. E quem me visita também sente o mesmo. Talvez não imagine que seja por conta dos livros…
Mesmo assim, ainda carrego livros pela casa, principalmente para o quarto e alguns até dormem comigo.
Se os livros são nossos registros de experiência e as bibliotecas nossos depósitos de memórias, um dicionário é nosso talismã contra o esquecimento. (133)
Este é o tipo de livro para se ter na cabeceira e sempre rever as marcações ou mesmo reler do início ao fim. É um livro curto, 175 páginas, de boa diagramação, capa flexível e linguagem fluida.
Portanto, se você ama livros, biblioteca, literatura, prepare uma xícara de café ou de chá, ou até mesmo de chocolate quente, sente-se em um lugar confortável e sente-se para ouvir (ler) as digressões de Manguel. O resultado será mais amor aos seus livros, à sua biblioteca e um quentinho no coração.
Se desencaixotar um livro é audacioso ato de renascimento, encaixotá-lo é um sepultamento […] (42)
Ficou interessado no livro? Clique no botão abaixo e compre o seu exemplar através do meu link de afiliada da Amazon.