Uma história da escrita – resenha

Minha mais recente leitura concluída é “O mundo da escrita: como a literatura transformou a civilização”. O livro foi escrito por Martin Puchner, conta com a tradução de Pedro Maia Soares, e foi publicado em 2019, pela Companhia das letras.

Puchner é professor de literatura comparada em Harvard e organizador da “Norton Anthology of World Literature”. A proposta de Puchner é traçar uma linha do tempo da escrita.

“Para contar a história da literatura, eu teria de tratar tanto da narrativa quanto da evolução das tecnologias criativas, como alfabeto, o papel, o livro e a impressão.” (p. 18)

O livro inicia com a relação de Alexandre da Macedônia e a Ilíada, de Homero, e encerra comentando a revolução nas tecnologias da escrita pela qual estamos passando.

Ou seja, a publicação através de ebooks, a autopublicação, a comercialização com a Amazon e outras empresas similares.

Assim, o livro trata de livros marcantes da história, utilizando a própria história para contar a trajetória da escrita.

Tomei conhecimento de muitas obras que eu nunca ouvi falar, assim como de seus autores.

Foi graças ao “Mundo da escrita” que fiquei instigada a ler “A epopeia de Gilgamesh”, que já comentei aqui, e a Bíblia, que sigo lendo. Já estou no livro de Neemias.  Vale lembra que é apenas uma leitura literária, uma vez que a Bíblia é um livro fundamental para a literatura ocidental.

Conexões entre \”O mundo da escrita\” e outras obras

Depois que terminei a leitura de \”O mundo da escrita\”, fui assitir a uma aula do curso “Como analisar narrativas” da livreliteratura sobre o espaço e o tempo, a prof Débora apresentou o Mapa do mundo da literatura. Nesse mapa foi atribuído um livro destaque para cada país.

Para quem curte listas, aqui é possível acessar a lista de livros para cada país. Dá um bom projeto de leitura, hein?

É lógico que \”Dom Casmurro\”, de Machado de Assis foi o livro atribuído ao Brasil. Você concorda?

E falando de conexões, outra conexão que aconteceu foi que em o \”O mundo da escrita\”, Puchner comenta sobre o livro \”O Romance de Genji\” de Murasaki Shikibu, que Puchner classifica como o primeiro grande romance da história universal.

Confesso que até então, eu nunca tinha ouvido falar desse livro, mas enquanto eu lia \”O mundo da escrita\”, também estava lendo \”Sou dona da minha alma: o segredo de Virginia Woolf\”, da Nadia Fusini. Nesta biografia sobre Virginia Woolf, Nadia conta que Virginia leu \”O Romance de Genji\” e inclusive escreveu sobre ele.

Para encerrar, quero dizer que nem todo mundo vai gostar da leitura de \”O mundo da escrita\”. Isso porque o livro mistura história, literatura e também os relatos da viagem de Puchner pelo mundo a fim de traçar a tal linha do tempo da escrita.

E o que fica ao final da leitura é que desde a invenção da escrita já passamos por muitas mudanças que impactaram na escrita e publicação de livros e continuamos no processo de mudança com as novas tecnologias que agora permitem que os própios autores publiquem seus livros, criem um relacionamento com seus leitores. Assim como mudou a forma como lemos. Hoje, não lemos apenas no livro físico. Também lemos no celular, nos e-readers. Agora, temos até audiobooks.

O mundo da escrita sempre esteve em evolução e continua evoluindo.

E você? É do time do papel ou do digital? Para mim, o importante é ler, mas nada se compara a experiência de ter um livro em nossas mãos, concorda?

Até a próxima!

Alessandra Costa